terça-feira, 22 de maio de 2012

TEMPO QUE FOGE!

TEXTO QUE VALE A PENA LER




por Pr. Ricardo Gondim


Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não vou mais a workshops onde se ensina como converter milhões usando uma fórmula de poucos pontos. Não quero que me convidem para eventos de um fim-de-semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos parlamentares e regimentos internos. Não gosto de assembléias ordinárias em que as organizações procuram se proteger e perpetuar através de infindáveis detalhes organizacionais.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos. Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de "confrontação", onde "tiramos fatos à limpo". Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário do coral.

Já não tenho tempo para debater vírgulas, detalhes gramaticais sutis, ou sobre as diferentes traduções da Bíblia. Não quero ficar explicando porque gosto da Nova Versão Internacional das Escrituras, só porque há um grupo que a considera herética. Minha resposta será curta e delicada: - Gosto, e ponto final! Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: "As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos". Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos.

Já não tenho tempo para ficar dando explicação aos medianos se estou ou não perdendo a fé, porque admiro a poesia do Chico Buarque e do Vinicius de Moraes; a voz da Maria Bethânia; os livros de Machado de Assis, Thomas Mann, Ernest Hemingway e José Lins do Rego.

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita para a "última hora"; não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja andar humildemente com Deus. Caminhar perto dessas pessoas nunca será perda de tempo.


Soli Deo Gloria




visite o site www.ricardogondim.com.br

É BOM ESTAR ATENTO!

Assista a entrevista pela Globo.com/Fantástico:  http://tinyurl.com/77pq2yz




Acabei de assistir o clip inteiro pelo Youtube e gostei... fica difícil entender o propósito do depoimento, mas não podemos emitir juízo de valor a respeito de algo tão íntimo. Para uma pessoa pública, com uma carreira de sucesso, várias vezes exposta nas mais diferentes situações... Cabe pensar que: Ela não precisa de mais mídia, é milionária, tem uma fundação de ajuda centenas de crianças e que sua imagem está diretamente vinculada, chegou aos 49 anos exuberante... Fica extremamente complicado chegar numa rede de televisão e contar para todos que foi abusada.

Quais palavras usar?
O que contar de fato?
Quem acusar?
Qual será a repercussão de tudo isso?
O que as pessoas vão falar?
Do que serei rotulada desta vez?

Não faço apologias, também não defendo nada, tenho, como todo mundo, minha opinião sobre a artista, mas temos que lembrar, que vivemos numa sociedade conservadora e religiosa.

Xuxa é de uma geração, como a minha e tantos outros em que não se estabelecia diálogo entre pais e filhos, ela deixou bem claro isso, pouco se sabia sobre as práticas dos filhos, bastando apenas saber que estavam na escola, que cumpriam seus deverem em casa e/ou religiosos.

Fica claro que a entrevista foi rasa e direcionada, entendo porque a socidade brasileira não está preparada para mais, pois trata-se de um assunto sério e importante, mas acredito que a figura púbica que tem uma relação direta com a imagem da "criança" fará com que os pais de agora, que foram crianças (baixinhos) que a acompanharam por anos, reflitam um pouco sobre o assunto e comecem a observar mudanças de comportamento nos filhos.

Uma nota: Aqui em Londres o assunto é tratado com muita seriedade, em ônibus e metrôs tem anúncios, tem uma estação com vários depoimentos de meninos (maiores vítimas aqui), tem programas de tv que tratam do assunto... Todos os dias crianças são abusadas, no Brasil não é diferente. Também tenho minhas opiniões sobre a artista e seu talento, mas achei digno e válido usar sua popularidade para este alerta.


London 22 maio 2012

quinta-feira, 17 de maio de 2012

SOBRE A SAUDADE

Quando foi que a saudade passou a ser minha amiga?

Essa é uma pergunta que me acompanha há anos. Hoje, dentro do trem, à caminho de Pisa tive alguns insights sobre o assunto.
Acho que a saudade aproximou-se de mim, quando passei a dar mais importância às pessoas, às suas histórias, aos seus sonhos e perceber que suas decisões as levariam para longe, o que não é ruim, ao contrário, mas segundo Charlie Chaplin, algumas pessoas passam em nossas vidas e deixam um pedaço delas e levam um pedaço seu, para que nunca se esqueça do que vivenciou.

A saudade se aproximou de mim quando passei a enxergar o real valor dos amores, das amizades e da família.
Ví minhas irmãs crescerem, tornarem-se mulheres, casarem, terem seus filhos. Ví minha mãe, ser mãe, tornar-se viúva, virar avó, peguei meus sobrinhos recém-nascidos no colo... daí percebí que o tempo estava correndo, e bem mais rápido do que eu queria, senti então saudades da minha infância e das coisas que não vivi.

A saudade se fez presente quando conheci as obras de Bethânia, Chico Buarque, Fernando Pessoa, Sophia Andersen entre tantos outros que contavam amores e desamores e sem me conhecer conversavam comigo. Nunca alguém me entendeu tão bem!

Agora, olhando lá para fora, à caminho de Pisa, na Itália, me deu uma vontade de chorar, não de tristeza, mas de emoção porque tudo veio à minha mente, estou sentindo minha amiga saudade abraçar-me.

Sinto falta da presença, da voz, do cheiro de amigos, da minha casa, do meu cãozinho Thierry que morreu há mais de 1 ano.
Conheci a saudade, quando entreguei meu coração e não souberam o que fazer com ele. Daí percebí que já havia amado e sido amado, só não soube lidar com o tempo, então senti saudades dos meus vinte anos, quando um dia era o suficente para chorar por amor.

Estou feliz, vivendo um momento especial em minha vida, quero viver novas amizades, novos amores, quero cumplicidade para o nada, quero combinar mentiras inofensivas, quero discussões com finais ilários.
Olhando pela janela, vejo minha vida passar... A paisagem é um presente para um viajante, o calor brinda a saúde e o bom humor, bem diferente de Londres.
Quando comecei a escrever este texto, estava  embargado, com um nó na garganta... Agora sinto-me grato!
Discordo daqueles que dizem que não devemos olhar para trás, afirmo sem medo de errar. É bom olhar para trás e ver o quanto realizou, o quanto amou... O ruim e prejudicial é viver lá trás. Para mim, quem não gosta de visitar o passado não o construiu para ser lembrado, não o construiu para ser contado.
Para mim quem não gosta de visitar o passado é incapaz de sentir saudades e não merece o futuro.
Ah!!! Quando a saudade passou a ser minha amiga?
Foi exatamente quando decidí construir boas histórias para viver, lembrar e contar!

Marcelo Bergamini
Firenze - Pisa 12/May/2012

EM NOME DE DEUS



Fico preocupado quando vejo líderes religiosos personificarem Deus e em seu nome se pronunciarem contra isso ou aquilo, ao defenderem pseudo-comportamentos politicamente corretos e rechaçarem outros.

Quem instituiu o que é correto?

Há de se conhecer a história, desde os primórdios e a predatória influência religiosa para a criação de uma sociedade estéril e de pensamento dogmático.

Não saio em defesa de nada e de ninguém, não levanto bandeiras ou defendo causas, mas precisamos aprender a pensar, precisamos criar filtros e com eles, argumentos próprios para expressar o que realmente sentimos a respeito do que nos cerca.

Em nome de Deus, tomamos o seu lugar para corrigir o mundo segundo a nossa vontade!

Mas,
Em nome de Deus, guerras foram travadas;
Em nome de Deus, pessoas foram mortas;
Em nome de Deus, países foram tomados;
Em nome de Deus, igrejas enriqueceram;
Em nome de Deus, famílias expulsaram seus filhos de casa;
Em nome de Deus, preconceitos são plantados;
Em nome de Deus, um abismo foi criado na sociedade;

É preciso tomar cuidado sobre as opiniões que emitimos ou reproduzimos, precisamos estar atento para as pessoas as quais influenciamos com o que proferimos, nossos pais, irmãos, filhos, amigos, colegas, vizinhos... Se temos o poder de influenciar, que seja para o que é produtivo, que seja para o bem, que seja para o que realmente Deus quer.



Marcelo Bergamini
London, 17 May 2012


terça-feira, 15 de maio de 2012

Bem-vindos ao meu Blog

... então resolvi, finalmente, montar um blog.

Sejam todos bem-vindos e aproveitem, comentem, discordem ou concordem
Meu desejo é que este espaço seja um guarda-chuva, com todas as possibilidades de discussões, dos mais variados assuntos, dos polêmicos aos banais e fúteis.

Não sou escritor ou jornalista, não me atrevo, mas gosto de compartilhar o que penso e contar minhas estórias.

Um abração do Má