sexta-feira, 11 de abril de 2014

... E O AMOR SOBREVIVERÁ?


E O AMOR SOBREVIVERÁ?


Somado a outros sentimentos, o amor ao longo da história da humanidade tem sido combustível para nossa evolução. Nesta semana há uma reportagem na Isto É, no mínimo intrigante. A possibilidade do fim do amor. Estudos na Universidade de Oxford na Inglaterra indicam a criação de uma droga que dará fim aos sofrimentos causados pelo amor, do rompimento, da perda, da dor. Ora, se as conseqüências do amor nos ajudam a evoluir, inspiram poetas, filósofos, compositores, escritores, extingui-las é dizimar nossa capacidade de evoluir intelectualmente. Se as conseqüências do amor nos fazem refletir e avançar e produzir, é a mesma coisa que nos tornarmos estéreis. De uma forma preliminar podemos afirmar que: “Para eliminar as pragas de uma plantação, deixaremos a terra infértil?”. Particularmente acredito que segue o mesmo princípio. Lógico que na pesquisa o alvo é o amor patológico, violento e tals, mas o ser humano tem feito uso indiscriminado das suas habilidades e suas criações, há de se pensar nas conseqüências. Há uma ramificação positiva, uma intenção positiva, mas antes de ancorar nossas aspirações nela, devemos pensar o seguinte: 

- Por que não achar a cura para o ódio?
- Por que não encontrar a cura da Ganância? Da patifaria?
- Por que não criar a pílula do amor? 

Sem apologias, mas no exemplo de Jesus, um dos maiores símbolos de amor:
E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará. Mateus 24:12 

Marcelo Bergamini




Fonte: REVISTA ISTO É - 9/abril/2014 - ano 38 - nº 2315

quinta-feira, 11 de abril de 2013


EM NOME DE DEUS!

Fico preocupado quando vejo líderes religiosos personificarem Deus e em seu nome se pronunciarem contra isso ou aquilo, ao defenderem pseudo-comportamentos politicamente corretos e rechaçarem outros.


Quem instituiu o que é correto?


Há de se conhecer a história, desde os primórdios e a predatória influencia religiosa para a criação de uma sociedade estéril e de pensamento dogmático.

Não saio em defesa de nada e de ninguém, não levanto bandeiras ou defendo causas, mas precisamos aprender a pensar, precisamos criar filtros e com eles, argumentos próprios para expressar o que realmente sentimos a respeito do que nos cerca.

Em nome de Deus, tomamos o seu lugar para corrigir o mundo segundo a nossa vontade!

Mas,
Em nome de Deus, guerras foram travadas;
Em nome de Deus, pessoas foram mortas;
Em nome de Deus, países foram tomados;
Em nome de Deus, igrejas enriqueceram;
Protegidos pela igreja, padres abusaram sexualmente de crianças;
Em nome de Deus, famílias expulsaram seus filhos de casa;
Em nome de Deus, preconceitos são plantados;
Em nome de Deus, um abismo foi criado na sociedade;
Em nome de Deus, perdeu-se a noção do correto;
E Deus? Deus virou uma assinatura para os desmandos.

É preciso tomar cuidado sobre as opiniões que emitimos ou reproduzimos, precisamos estar atento para as pessoas as quais influenciamos com o que proferimos, nossos pais, irmãos, filhos, amigos, colegas, vizinhos... Se temos o poder de influenciar, que seja para o que é produtivo, que seja para o bem.

Mais amor, por favor!
Marcelo Bergamini


@foconofoco #foconofoco

segunda-feira, 11 de junho de 2012

VIDA - CHARLES CHAPLIN


Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.

E então, pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.

Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.

Hoje sei que isso é...Autenticidade.

Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.

Hoje chamo isso de... Amadurecimento.

Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.

Hoje sei que o nome disso é... Respeito.

Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.

Hoje sei que se chama... Amor-próprio.

Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.

Hoje sei que isso é... Simplicidade.

Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes.

Hoje descobri a... Humildade.

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.

Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.

Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.

Tudo isso é... Saber viver!!!


Charles Chaplin

segunda-feira, 4 de junho de 2012

DESABAFO - CLARICE LISPECTOR


Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo...
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos...
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso...
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos...
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem...
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que amaram...
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou.

Já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir...
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi...
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto...
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir...
Já acreditei em pessoas q não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam...

Já tive crises de riso quando não podia...
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva...
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse...
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar...
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros...
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros...

Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz...
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava...
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade...
Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali"...
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando q não cairia mais...
Já liguei para quem não queria apenas para ligar para quem realmente queria...
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava...
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo... mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda...
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri q não eram...
Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim...


Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre...
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!...
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!...
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão...
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das ideias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes ...
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:


- E daí? EU ADORO VOAR!

terça-feira, 22 de maio de 2012

TEMPO QUE FOGE!

TEXTO QUE VALE A PENA LER




por Pr. Ricardo Gondim


Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não vou mais a workshops onde se ensina como converter milhões usando uma fórmula de poucos pontos. Não quero que me convidem para eventos de um fim-de-semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos parlamentares e regimentos internos. Não gosto de assembléias ordinárias em que as organizações procuram se proteger e perpetuar através de infindáveis detalhes organizacionais.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos. Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de "confrontação", onde "tiramos fatos à limpo". Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário do coral.

Já não tenho tempo para debater vírgulas, detalhes gramaticais sutis, ou sobre as diferentes traduções da Bíblia. Não quero ficar explicando porque gosto da Nova Versão Internacional das Escrituras, só porque há um grupo que a considera herética. Minha resposta será curta e delicada: - Gosto, e ponto final! Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: "As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos". Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos.

Já não tenho tempo para ficar dando explicação aos medianos se estou ou não perdendo a fé, porque admiro a poesia do Chico Buarque e do Vinicius de Moraes; a voz da Maria Bethânia; os livros de Machado de Assis, Thomas Mann, Ernest Hemingway e José Lins do Rego.

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita para a "última hora"; não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja andar humildemente com Deus. Caminhar perto dessas pessoas nunca será perda de tempo.


Soli Deo Gloria




visite o site www.ricardogondim.com.br

É BOM ESTAR ATENTO!

Assista a entrevista pela Globo.com/Fantástico:  http://tinyurl.com/77pq2yz




Acabei de assistir o clip inteiro pelo Youtube e gostei... fica difícil entender o propósito do depoimento, mas não podemos emitir juízo de valor a respeito de algo tão íntimo. Para uma pessoa pública, com uma carreira de sucesso, várias vezes exposta nas mais diferentes situações... Cabe pensar que: Ela não precisa de mais mídia, é milionária, tem uma fundação de ajuda centenas de crianças e que sua imagem está diretamente vinculada, chegou aos 49 anos exuberante... Fica extremamente complicado chegar numa rede de televisão e contar para todos que foi abusada.

Quais palavras usar?
O que contar de fato?
Quem acusar?
Qual será a repercussão de tudo isso?
O que as pessoas vão falar?
Do que serei rotulada desta vez?

Não faço apologias, também não defendo nada, tenho, como todo mundo, minha opinião sobre a artista, mas temos que lembrar, que vivemos numa sociedade conservadora e religiosa.

Xuxa é de uma geração, como a minha e tantos outros em que não se estabelecia diálogo entre pais e filhos, ela deixou bem claro isso, pouco se sabia sobre as práticas dos filhos, bastando apenas saber que estavam na escola, que cumpriam seus deverem em casa e/ou religiosos.

Fica claro que a entrevista foi rasa e direcionada, entendo porque a socidade brasileira não está preparada para mais, pois trata-se de um assunto sério e importante, mas acredito que a figura púbica que tem uma relação direta com a imagem da "criança" fará com que os pais de agora, que foram crianças (baixinhos) que a acompanharam por anos, reflitam um pouco sobre o assunto e comecem a observar mudanças de comportamento nos filhos.

Uma nota: Aqui em Londres o assunto é tratado com muita seriedade, em ônibus e metrôs tem anúncios, tem uma estação com vários depoimentos de meninos (maiores vítimas aqui), tem programas de tv que tratam do assunto... Todos os dias crianças são abusadas, no Brasil não é diferente. Também tenho minhas opiniões sobre a artista e seu talento, mas achei digno e válido usar sua popularidade para este alerta.


London 22 maio 2012

quinta-feira, 17 de maio de 2012

SOBRE A SAUDADE

Quando foi que a saudade passou a ser minha amiga?

Essa é uma pergunta que me acompanha há anos. Hoje, dentro do trem, à caminho de Pisa tive alguns insights sobre o assunto.
Acho que a saudade aproximou-se de mim, quando passei a dar mais importância às pessoas, às suas histórias, aos seus sonhos e perceber que suas decisões as levariam para longe, o que não é ruim, ao contrário, mas segundo Charlie Chaplin, algumas pessoas passam em nossas vidas e deixam um pedaço delas e levam um pedaço seu, para que nunca se esqueça do que vivenciou.

A saudade se aproximou de mim quando passei a enxergar o real valor dos amores, das amizades e da família.
Ví minhas irmãs crescerem, tornarem-se mulheres, casarem, terem seus filhos. Ví minha mãe, ser mãe, tornar-se viúva, virar avó, peguei meus sobrinhos recém-nascidos no colo... daí percebí que o tempo estava correndo, e bem mais rápido do que eu queria, senti então saudades da minha infância e das coisas que não vivi.

A saudade se fez presente quando conheci as obras de Bethânia, Chico Buarque, Fernando Pessoa, Sophia Andersen entre tantos outros que contavam amores e desamores e sem me conhecer conversavam comigo. Nunca alguém me entendeu tão bem!

Agora, olhando lá para fora, à caminho de Pisa, na Itália, me deu uma vontade de chorar, não de tristeza, mas de emoção porque tudo veio à minha mente, estou sentindo minha amiga saudade abraçar-me.

Sinto falta da presença, da voz, do cheiro de amigos, da minha casa, do meu cãozinho Thierry que morreu há mais de 1 ano.
Conheci a saudade, quando entreguei meu coração e não souberam o que fazer com ele. Daí percebí que já havia amado e sido amado, só não soube lidar com o tempo, então senti saudades dos meus vinte anos, quando um dia era o suficente para chorar por amor.

Estou feliz, vivendo um momento especial em minha vida, quero viver novas amizades, novos amores, quero cumplicidade para o nada, quero combinar mentiras inofensivas, quero discussões com finais ilários.
Olhando pela janela, vejo minha vida passar... A paisagem é um presente para um viajante, o calor brinda a saúde e o bom humor, bem diferente de Londres.
Quando comecei a escrever este texto, estava  embargado, com um nó na garganta... Agora sinto-me grato!
Discordo daqueles que dizem que não devemos olhar para trás, afirmo sem medo de errar. É bom olhar para trás e ver o quanto realizou, o quanto amou... O ruim e prejudicial é viver lá trás. Para mim, quem não gosta de visitar o passado não o construiu para ser lembrado, não o construiu para ser contado.
Para mim quem não gosta de visitar o passado é incapaz de sentir saudades e não merece o futuro.
Ah!!! Quando a saudade passou a ser minha amiga?
Foi exatamente quando decidí construir boas histórias para viver, lembrar e contar!

Marcelo Bergamini
Firenze - Pisa 12/May/2012